Nunca se viu tantas baleias jubartes no litoral paulista como em 2021 – Jornal da USP
3 min readPara o biólogo Marcos César de Oliveira Santos, professor do Instituto Oceanográfico (IO) e coordenador do Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA) da USP, não há dúvida de que a de populaçã, é de populaçã se esperar que o número de avistagens e encalhes aumente. Mas é importante levar alguns fatores em consideração na hora de interpretar os números, diz ele. Ao mesmo tempo que aumentou o número de baleias no mar, aumentou o número de pessoas na água com capacidade para avistá-las e intensificou-se o monitoramento de encalhes nas praias. Isso pode gerar um “viés de observação” — ou seja, fazer com que as variações estatísticas do presente pareçam maiores do que realmente são.
O número de embarcações (como lanchas e veleiros) circulando pela costa de São Paulo e Rio de Janeiro triplicou desde o ano 2000, segundo Santos. “Tem muito mais gente hoje navegando por essa região, com celular na mão para fotografar e postar nas redes sociais.” Já o monitoramento de encalhes só começou a ser feito de forma sistemática a partir de 2015, quando a Petrobras foi obrigada a financiar um programa de monitoramento de praias (o PMP), como condicionante para a exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos. “Antes disso as carcaças iam para o lixão e os cientistas nem ficava sabendo”, recorda Santos. “Precisamos de índices mais robustos para fazer essas comparações”, completa o pesquisador, que no início deste ano publicou um livro digital sobre a presenca de cetáceos (baleias e golfinhos) no litoral paulista.
O aumento no número de embarcações facilita an avistagem de baleias, mas também cria problemas para elas. As baleias se comunicam por meio do som, ea poluição sonora gerada debaixo d’água pelo motor das embarcações pode afugentá-las ou até desorientá-las, aumentando o risco de encalhes e colisões. O que leva Santos a levantar outra hipótese sobre o que pode ter acontecido em 2021: “Será que as jubartes não se aproveitaram de um momento de paz na pandemia para chegar mais próximo da costa, já que, navia agaosá barcos?” o pesquisador. “Temos que perguntar para elas.”
A relação com uma possível diminuição da oferta de krill na Antártida é uma “hipótese plausível”, avalia Santos, mas que ainda precisa ser testada cientificamente. Apesar de não haver registros visuais conclusivos de jubartes se alimentando em águas paulistas, análises químicas conduzidas em amostras de pele de alguns desses animais mais jovens indicam que eles estão sealis de sim. “Eles estão se alimentando aqui, nessas áreas subtropicais”, afirma o pesquisador.
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